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Resumo

A síndrome da boca ardente (SBA) é uma entidade médica cuja etiologia é complexa e multifatorial. É caracterizada por uma sensação de queimadura, dormência e dor da língua e/ou da mucosa oral. Uma vez que a etiologia da SBA é desconhecida, o seu tratamento constitui um verdadeiro desafio. Esta revisão tem como objetivo discutir a eficácia das várias opções terapêuticas atualmente disponíveis para a SBA.
Realizou-se pesquisa de artigos publicados nos últimos cinco anos nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, na base de dados indexada PubMed, utilizando os termos "burning mouth syndrome", "treatment" e "therapy".
De 43 artigos foram selecionados 12 ensaios clínicos, nove revisões sistemáticas, oito revisões críticas/literárias e uma meta-análise. Os resultados dos diferentes estudos revelam que o uso de clonazepam tópico e sistémico, capsaicina tópica, ácido alfa-lipóico, gabapentina e inibidores da recaptação da serotonina são os mais eficazes. A fotobiomodulação parece ter um efeito sobre redução da dor. A terapia cognitivo-comportamental é muito eficaz.
Face aos resultados dos estudos selecionados verificou-se que existe uma grande variedade de alternativas terapêuticas para a SBA, nomeadamente o uso de benzodiazepinas, antidepressivos, analgésicos, anticonvulsivantes, substitutos da saliva, fototerapia, e psicoterapia, entre outros. Grande parte dos estudos reporta o clonazepam, tópico ou sistémico, como eficaz no controlo da dor. A fotobiomodulação tem-se revelado promissora no controlo álgico e na melhoria da qualidade de vida destes doentes. Embora não haja uma terapêutica definitiva para a SBA, a terapêutica farmacológica combinada com terapia cognitivo-comportamental mostrou maior êxito no controlo sintomático.