Osteomielites num Serviço de Pediatria Geral

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Mafalda Casinhas Santos - Autor Correspondente

Mafalda Casinhas Santos [mafaldacasinhassantos@gmail.com]
Hospital Vila Franca de Xira - Estrada Carlos Lima Costa Nº2, 2600-009 Vila Franca de Xira, Portugal
ORCID iD: 0000-0001-7082-9373

Sara Limão
Ana Sofia Vilardouro
Clara Júlio
Florbela Cunha

Resumo

INTRODUÇÃO: A osteomielite aguda (OA) é uma patologia grave e desafiante. Ocorre sobretudo em indivíduos saudáveis e o Staphylococcus aureus é o principal agente. O objetivo deste estudo foi caracterizar os casos de OA pediátricos admitidos num hospital nível-dois durante um período de 6 anos.
MÉTODOS: Estudo retrospetivo incluindo todas as crianças com idade inferior a 18 anos com OA como diagnóstico primário. Foi realizada análise estatística descritiva.
RESULTADOS: Dez casos foram identificados, 60% rapazes. Média de idades de 6,7 anos. A história de trauma anterior foi referida por cinco. Os locais afetados foram o pé (n=3), tíbia (n=3), fémur (n=2), sacro (n=1) e mão (n=1). Todos se apresentaram com dor local e alteração da marcha (recusa ou claudicação), exceto um com afeção da mão. Quatro doentes tinham febre e a presença de sinais inflamatórios, como eritema ou edema, foi reportada em quatro doentes. À admissão, nove tinham elevação de parâmetros inflamatórios e seis em 8 tinham radiografia sem alterações. A ressonância magnética permitiu o diagnóstico em sete. Hemoculturas positivas para Staphylococcus aureus (n=3) e Streptococcus pyogenes (n=1). Salmonella enteritidis foi isolada no pus (n=1) e diagnóstico presuntivo de AO por Kingella kingae, identificada por reação de polimerase em cadeia numa amostra da orofaringe. Antibioticoterapia empírica parentérica foi cumprida em média por 14,7 dias e oral por 3,9 semanas. O antibiótico de escolha foi a flucloxacilina. Dois pacientes desenvolveram complicações locais.
DISCUSSÃO: A apresentação clínica e radiológica subaguda e inespecífica associada à baixa taxa de hemoculturas positivas dificultam o diagnóstico e tratamento. O início precoce de antibioticoterapia empírica parentérica é mandatório, seguido de tratamento por via oral pelo menos 4 semanas.

Palavras-chave: Criança; Osteomielite/diagnóstico; Osteomielite/tratamento

Detalhes do artigo

1.
Casinhas Santos M, Limão S, Vilardouro AS, Júlio C, Cunha F. Osteomielites num Serviço de Pediatria Geral. Gaz Med [Internet]. 3 de Dezembro de 2021 [citado 19 de Novembro de 2024];8(4). Disponível em: https://gazetamedica.pt/index.php/gazeta/article/view/497
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