O Percurso do Doente ao Longo da Rede de Emergência Portuguesa: o que Importa para os Resultados em Saúde?
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Resumo
INTRODUÇÃO: As desigualdades regionais de acesso e resultados em saúde tornaram-se um assunto relevante em todos os países desenvolvidos. Este artigo procura avaliar possíveis disparidades motivadas pela localização geográfica, em casos de doenças aguda e grave.
MATERIAL E MÉTODOS: Pelo acesso ao livro de registos da sala de emergência do serviço de urgência polivalente (SUP) de Viseu, Portugal, foi extraída informação detalhada de 2812 episódios que ocorreram em 2019. Esta amostra também inclui utilizadores de dois serviços de urgência médico-cirúrgica (SUMC), que servem as regiões da Guarda e da Covilhã, bem como de três serviços de urgência básica (SUB). Utilizou-se um desenho de estudo retrospetivo e estimaram-se modelos de regressão logística para avaliar diferenças de mortalidade.
RESULTADOS: Os nossos dados provam a existência de um efeito protetor dos SUB (p-value = 0,031) e um impacto adverso da distância, particularmente em casos de acidente vascular cerebral (p-value = 0,027). Adicionalmente, não se encontrou diferença na mortalidade a 30 dias entre doentes das regiões da Guarda, Covilhã e Viseu (p-value = 0,536).
CONCLUSÃO: Este estudo é pioneiro ao demonstrar a importância do SUB. Para além disso, confirma-se que a criação de centros de referência contribui para a melhoria dos resultados, sem diferenças na mortalidade de doentes que são inicialmente abordados por centros de diferenciação inferiores.
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