Um Desfecho Infeliz de um Diagnóstico Evitável: Caso Clínico
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O vírus da imunodeficiência humana (VIH) constitui uma das infeções sexualmente transmissíveis com maior impacto na vida do doente, sendo fundamental o diagnóstico precoce de forma a iniciar terapêutica antirretroviral atempadamente e evitar a evolução da doença.
Apresentamos o caso de uma mulher de 60 anos com quadro de epigastralgia, ageusia e perda ponderal de 9% com 3 meses de evolução. Foi solicitado estudo analítico, endoscopia digestiva alta e baixa e radiografia do tórax, que revelaram hérnia do hiato volumosa e linfopenia ligeira. Um mês depois desenvolveu dispneia, confusão temporoespacial e alteração da fala, tendo recorrido ao serviço de urgência onde foi diagnosticada infeção por VIH. Durante o internamento objetivou-se infeção por Pneumocystis jirovecci e diagnóstico de linfoma primário do sistema nervoso central, ambas doenças definidoras da síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA).
Com este caso pretendemos alertar para a exclusão do diagnóstico de VIH em doentes com sintomas constitucionais e para o seu rastreio não só em populações de risco como também, pelo menos uma vez durante a vida, em adultos dos 18 aos 64 anos sem fatores de risco.
Detalhes do artigo
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.