Otimização do Aconselhamento Contracetivo para Mulheres com Enxaqueca numa Unidade de Saúde Familiar: Um Estudo de Melhoria Contínua da Qualidade

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Rita Lourenço Vasconcelos - Autor Correspondente
Joana Pinto Sousa
Joana Fernandes Ribeiro
Pedro M. Pereira
Bárbara Alvarenga
Mário José Gomes
Maria João Sá

Resumo

INTRODUÇÃO: O aconselhamento contracetivo desempenha um papel crucial na consulta de Planeamento Familiar nos Cuidados de Saúde Primários. Embora os métodos contracetivos hormonais combinados (CHC) sejam uma opção amplamente utilizada, é fundamental considerar alternativas em mulheres diagnosticadas com enxaqueca. Este projeto visa assegurar uma prescrição apropriada de contracetivos para mulheres com diagnóstico de enxaqueca numa unidade de saúde familiar.
MÉTODOS: Conduziu-se um estudo retrospetivo de melhoria contínua da qualidade, incluindo mulheres com diagnóstico de enxaqueca, independentemente da presença de aura, que utilizavam CHC ou apresentavam registos desatualizados (?3 anos), independentemente do método contracetivo em uso. Uma sessão clínica multidisciplinar foi realizada para discutir a temática e propor estratégias corretivas. Consultas individuais foram agendadas com o médico de família para as mulheres elegíveis. Uma proporção de mulheres corretamente medicadas com contraceção progestativa ou métodos não hormonais ?70% e ?95% foi considerada "desejável" e "excelente", respetivamente. Um valor <70% foi definido como "insuficiente".
RESULTADOS: Identificaram-se 54 pacientes elegíveis, e após a discussão dos riscos e benefícios, 45 pacientes (83,3%) optaram por alterar o método contracetivo. A maioria escolheu contraceção progestativa (50,0%; n=27), 11,1% preferiram métodos de barreira (n=6), 5,6% optaram por dispositivos intrauterinos (n=3), e 16,6% não escolheram nenhum método contracetivo (n=9). Foi alcançada uma percentagem total “desejada” de pacientes corretamente medicadas (83,3%).
CONCLUSÃO: Este projeto destaca a importância do aconselhamento contracetivo adequado em mulheres com enxaqueca, evidenciando que profissionais motivados podem melhorar significativamente a qualidade do atendimento contracetivo.

Palavras-chave: Agentes Contraceptivos Femininos/efeitos adversos; Contraceção/efeitos adversos; Cuidados Saúde Primários; Enxaqueca

Detalhes do artigo

1.
Vasconcelos R, Sousa J, Ribeiro J, Pereira P, Alvarenga B, Gomes M, et al. Otimização do Aconselhamento Contracetivo para Mulheres com Enxaqueca numa Unidade de Saúde Familiar: Um Estudo de Melhoria Contínua da Qualidade. Gaz Med [Internet]. 31 de Março de 2025 [citado 24 de Abril de 2025];12(1):12-7. Disponível em: https://gazetamedica.pt/index.php/gazeta/article/view/888
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