Cinco Anos de Missões Humanitárias em São Tomé e Príncipe Five Years of Humanitarian Missions in São Tomé and Príncipe

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Cristina Caroça
João Paço
  1. Otolaryngology Department, Nova Medical School/Faculty of Medical Sciences, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal
  2. Otolaryngology Department, CUF Infante Santo Hospital, Lisboa, Portugal

Resumo

INTRODUÇÃO: Desde fevereiro de 2011, um grupo de Otorrinolaringologistas do Hospital CUF Infante Santo, tem sido convidado, por uma organização não-governamental, para integrar missões humanitárias em São Tomé e Príncipe. Esta equipa médica tem sob a sua responsabilidade a organização e disponibilização dos recursos humanos e dos equipamentos necessários para efetuarem procedimentos cirúrgicos, consultas e rastreios auditivos aos que têm patologias em Otorrinolaringologia.


MÉTODOS: Este trabalho resulta de uma revisão retrospetiva de todos os casos de Otorrinolaringologia com que esta equipa contactou, entre 2011 e 2016 durante as missões humanitárias supramencionadas. É também o resultado de todas as atividades que foram desencadeadas no decurso das referidas missões.


RESULTADOS: No decurso destas missões encontrámos patologias comuns. Entre as mais recorrentes destacamos os casos de surdez e de patologias dos tecidos linfoides no contexto de uma orofaringe. Em 18 missões foram efetuados 1057 rastreios em Otorrinolaringologia e as principais cirurgias foram efetuadas na cavidade oral com recurso a adenoidectomia e a amigdalectomia. Os resultados de todos os testes conduzidos, durante as 18 missões, revelam um aumento da surdez neurossensorial.


DISCUSSÃO: Estas missões pretendem promover o acesso a todos, na medida do possível, aos cuidados de saúde, no contexto da Otorrinolaringologia. Para tal, procede-se à identificação dos que têm problemas auditivos e/ou problemas relacionados com a linguagem. Neste sentido, também procurámos adaptar próteses, quando possível, sobretudo em crianças e jovens adultos. Constatámos um bom desenvolvimento das crianças às quais foi efetuada uma adaptação das próteses existentes. Algumas regressaram à escola, fortaleceram amizades, tornando-se assim mais sociáveis. Em última análise, concordamos que as missões humanitárias têm que ser adaptadas às especificidades do país onde decorrem, tal como temos feito nestes últimos cinco anos. 

Palavras-chave: Missões Humanitárias; Otorrinolaringologia; Surdez Neurossensorial; São Tomé e Príncipe

Detalhes do artigo

1.
Caroça C, Paço J. Cinco Anos de Missões Humanitárias em São Tomé e Príncipe: Five Years of Humanitarian Missions in São Tomé and Príncipe. Gaz Med [Internet]. 1 de Janeiro de 2016 [citado 27 de Janeiro de 2025];3(1). Disponível em: https://gazetamedica.pt/index.php/gazeta/article/view/5
Secção
ARTIGO DE REVISÃO

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