Autoanticorpos na Diabetes Tipo 1: Estudo Retrospetivo em Crianças com Diagnóstico Inaugural em Idade Inferior a 10 Anos

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Cristiana Maximiano - Autor Correspondente

Cristiana Maximiano [cristiana.maximiano@gmail.com]

Alexandra Vilas Fabião
Diana Rita Oliveira
Ângela Dias
Filipa Correia
Sofia A. Martins

Resumo

INTRODUÇÃO: A diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crónica caraterizada por uma perda seletiva de células ? pancreáticas, com um aumento desproporcional recente em idades inferiores a 5 anos. A sua etiologia é multifatorial, para a qual contribuem fatores imunitários através da formação de autoanticorpos pancreáticos. O objetivo principal deste estudo é avaliar se o tipo de autoanticorpo pancreático influencia as manifestações clínicas, hemoglobina glicada e glicemia ao diagnóstico inaugural de diabetes mellitus tipo 1 em crianças até aos 10 anos.
MÉTODOS: Estudo observacional, retrospetivo e analítico com um total de 95 doentes incluídos. Foram comparados dois grupos etários (?60 meses e >60 meses) e cada tipo de autoanticorpo (positivo/negativo) relativamente a caraterísticas demográficas, imunitárias, clínicas e laboratoriais. Os autoanticorpos estudados foram os anti-célula dos ilhéus, anti-descarboxilase do ácido glutâmico 65, anti-insulina e anti-transportador 8 do zinco. Foi estudado o impacto da autoimunidade, hemoglobina glicada, género e idade nos parâmetros clínico-laboratoriais destas crianças.
RESULTADOS: Crianças diagnosticadas acima dos 60 meses apresentaram maior valor de hemoglobina glicada (p=0,005), sendo este parâmetro laboratorial o único que evidenciou ter impacto na apresentação sob a forma de cetoacidose diabética (CI95%: OR=1,66;p=0,001). O valor da glicemia à admissão demonstrou ser influenciado negativamente pela idade (?=--0,25;p=0,022) e positivamente pela hemoglobina glicada (?=0,35;p=0,001). Nenhum dos autoanticorpos avaliados mostrou interferir nas manifestações clínico-laboratoriais da diabetes mellitus tipo 1.
CONCLUSÃO: As caraterísticas demográficas e clínico-laboratoriais não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de autoanticorpos pancreáticos (positivo/negativo) analisados. É crucial desenvolver mais estudos no âmbito da autoimunidade que permitam estruturar potenciais fenótipos imunitários e auxiliar a descoberta de novos alvos terapêuticos.

Palavras-chave: Autoanticorpos; Autoimunidade; Criança; Diabetes Mellitus Tipo 1

Detalhes do artigo

1.
Maximiano C, Vilas Fabião A, Oliveira DR, Dias Ângela, Correia F, A. Martins S. Autoanticorpos na Diabetes Tipo 1: Estudo Retrospetivo em Crianças com Diagnóstico Inaugural em Idade Inferior a 10 Anos. Gaz Med [Internet]. 29 de Dezembro de 2023 [citado 26 de Novembro de 2024];10(4):261-7. Disponível em: https://gazetamedica.pt/index.php/gazeta/article/view/699
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